10 abril, 2020

79.

 “quando alguém se apega demais, sofre em dobro. É a lei da vida” me disseram uma vez. Mas amor não tem nada a ver com se depender de alguém. Sentimento não é assim. Amar é olhar e saber que você pode contar com aquela pessoa. Que ela vai estar lá pra todos os momentos. que você pode ser quem é e dizer absolutamente tudo que pensa porque a nenhuma palavra ou trejeito vai vir um julgamento, porque faz parte de ti. Não digo pelas nossas partes idiotas, os defeitos da essência ou alguma falha de caráter. Mas é saber que ela não vai te apontar o dedo. Mas sim apontar os erros e tentar corrigir com você. Aceitar seus defeitos assim como abraça suas qualidades. Amor, afinal, é libertação e sinônimo de entrega, doação. É saber ser feliz sozinho e se completar sem precisar de alguém, mas aceitar de bom grado dar metade de si pro outro. Porque ele vai cuidar. Cuidar de ti e do sentimento. Nada se sustenta sem incentivo, eu sei. Amor é estar junto. Ficar bravo porque quando tá longe a saudade vem, e continuar assim porque mesmo perto, parece que ela se recusa a ir embora. Traiçoeira, parece contar os segundos pra que você fique longe do outro de novo e ela possa outra vez apertar teu peito. É olhar nos olhos e ver amor apesar do que diz a boca. é segurar a mão e encontrar segurança, ainda que gelada ou tremendo. Amor é tudo, amor é confuso. Amor é indefinível porque cada um sente do seu próprio jeito. Mas amar não tem que doer. Se entregar não dói. Esperar pra estar junto, pra ver o brilho nos olhos, sentir o carinho no rosto e o cafuné no cabelo. Os beijos no pescoço, na bochecha. A voz rouca, ofegante. O cheiro de paixão. A gente sabe porque isso não se apaga simplesmente ainda que tente se evitar. Quando é, a gente sabe. Mesmo que tente mudar a si mesmo, sabe que não tem como fugir. A única lei da vida que eu enxergo é que quem se entrega, feliz é.

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