21 maio, 2022

89.

que coisa mais louca. voltei pra lá agora. outros tempos. outros anos. luas atrás. no mesmo tempo, li umas palavras e fui pra outro lugar. absolutamente fora de mim, viajei parada. fui tão longe, talvez. não, é certeza. longe até demais. isso é bom ou ruim? não sei mesmo dizer. não sei mais como escrevo, piso em ovos, será que escrevo como quero, como me sai, ou de um jeito que seria bonito de ler? talvez se eu tivesse os olhos, aqueles olhos, eu escreveria d'uma forma mais rimada, que poderiam dizer que um rapper escreveu quando tentou fazer poesia que faria mais jus ao nome? na real nem sei quem é que define o que não é e o que não é. acho que poesia é tanta coisa. poesia é olhar nos olhos e ver nas duas cores de cada um, duas histórias e duas pessoas totalmente diferentes. dois momentos diferentes numa pessoa só, ao mesmo tempo. é abraçar e sentir o cheiro. o perfume é a forma mais intensa de memória. é engraçado como você tá vivendo sua vida normalmente, passa alguém e você se teleporta também por conta do cheiro. do nada. é de rir, se já for tempo o bastante pra achar cômico.

é doido como o antes sempre parece melhor que o agora, mesmo que na época esse antes fosse horrível aos olhos. que doesse na alma. o que dói mais é o momento ruim dali, ou a nostalgia que a gente sente anos depois? não sei largar. deveria eu? largar das memórias? acredite, eu tento. so fucking hard. tomo remédios demais ou bebo demais ou durmo demais ou durmo de menos ou encho a cabeça por horas. mas em algum momento vai voltar. às sete da manhã vai voltar, quando você parar e for ler escritos de outrora. é uma carta eterna pro passado ou pro vazio? é uma nostalgia gostosa ou uma homenagem póstuma?

não dá pra entender. às vezes eu complico. não sei pesar o que eu digo ou o que eu faço. às vezes. e quando eu vejo sempre é tarde. não devia ter feito tantas coisas.

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