Em um desses dias insuportavelmente ensolarados, onde tudo o que me dava vontade era de tirar toda a roupa e mergulhar — mesmo que talvez me afogasse —, o que me aliviou mais que isso foi aquele braço fino dando meia-volta no meu pescoço, entrelaçando-me os dedos. Atraindo olhares ou não, aquelas covinhas que aparecem quando se revelam os dentinhos tortos mais amáveis ainda me acendem a vontade das mordidas. Naquele momento, não importava a raiva de outrem, ou com quem estava quem me fez sofrer, alhures. Tanto fazia, do que eu me deliciava era do tom daquela voz lendo pra mim seus poemas feitos em momentos ruins. Além da vontade de beijar-nos, tínhamos algo a mais em comum: tamanho caos. E por isso eu penso o tempo todo assim. Ouvindo Lana ou outros indies que me viciaram por tal, eu penso em ouvir mais teus poemas loucos, ver mais suas covinhas. Qualquer coisa que faça-me sentir assim outra vez.
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